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A travessia de Freud pelas artes

  • Foto do escritor: Ana Luiza Faria
    Ana Luiza Faria
  • 6 de fev. de 2024
  • 2 min de leitura

Por Ana Luiza Faria

Freud e a arte

A relação intrínseca entre a psicanálise e as artes sempre foi um campo de exploração complexo e instigante. Desde os primórdios de suas teorias até suas análises mais maduras, Sigmund Freud mergulhou em uma jornada repleta de nuances, explorando tanto as conexões quanto as disparidades entre a mente humana e a expressão artística.


Ao escrever para Wilhelm Fliess em 1897, Freud lançou as bases para uma comparação fascinante entre as fantasias histéricas e os processos criativos dos poetas, revelando uma afinidade surpreendente entre a expressão artística e os meandros do inconsciente.


A evolução de suas ideias levou Freud a investigar a sublimação dos impulsos inconscientes na arte, como destacado em seu ensaio de 1908 sobre os escritores criativos e sua propensão ao devaneio. Aqui, ele enfatizou o papel dos artistas na canalização de desejos reprimidos para formas socialmente aceitáveis de expressão.


Um marco significativo nessa jornada foi o ensaio de 1910 sobre "Uma lembrança de infância de Leonardo da Vinci", onde Freud aplicou sua análise psicanalítica à vida e obra do renomado artista, desvendando os mistérios por trás de sua criatividade singular.


Posteriormente, em 1916, em seu artigo "Transitoriedade", Freud mergulhou poeticamente na natureza efêmera do tempo e na maneira como as experiências humanas se transformam ao longo do tempo, trazendo à tona reflexões sobre o papel das artes na psicanálise.


Em uma correspondência com Arthur Schnitzler em 1922, Freud compartilhou suas próprias incertezas sobre a interação entre o trabalho do artista e o do psicanalista, reconhecendo a complexidade dessa relação e suas ramificações.


Apesar dos elogios recebidos, como o Prêmio Goethe em 1930, que reconheceu sua contribuição para a compreensão da criatividade artística, Freud enfrentou críticas, como as levantadas por Maurice Merleau-Ponty em 1945, que contestou sua visão reducionista do papel da arte na vida humana.


A jornada intelectual de Freud revela não apenas os meandros da mente humana, mas também as complexidades da interação entre psicanálise e expressão artística. Seus estudos e reflexões continuam a inspirar discussões sobre o papel da arte na compreensão do ser humano e na ampliação dos horizontes da psique, ressaltando a importância de uma abordagem multidisciplinar na busca pelo conhecimento.

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